Foco principal é a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti
Dados da Secretaria Estadual da Saúde apontam que há 110.636 casos de dengue confirmados até a última quinta-feira, 29. Em Ubatuba, são 749 casos confirmados até o último boletim de 26 de fevereiro.
Para conter o aumento no número de casos, representantes da Prefeitura de Ubatuba que integram a sala de Situação e Comando de Arboviroses (dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela), se reuniram com representantes de outras secretarias na manhã de quinta-feira, 29, e discutiram estratégias conjuntas. Coordenado pela Vigilância em Saúde, a missão do grupo é antecipar os trabalhos de prevenção e evitar surtos de dengue na cidade.
Durante o encontro, a Vigilância em Saúde destacou que é necessária uma mudança de comportamento. “Precisamos não de um só tipo de ação da Secretaria de Saúde, mas do envolvimento de toda a prefeitura e da população nessa ação coletiva”, afirmou o diretor da Vigilância em Saúde, Neilton Nogueira.
O foco principal das ações é a eliminação dos criadouros para reduzir a população de mosquitos circulando e transmitindo a doença.
Iniciativas conjuntas
Uma das principais ideias discutidas foi reforçar as recomendações aliadas aos conteúdos em sala de aula para alunos da Rede Municipal de Ensino e desenvolver ações, como vistoria nas escolas com as crianças para identificar o que pode ser um criadouro e como eliminá-lo.
“Realizamos ações nas escolas e, depois, as crianças reproduzem em casa. Também faremos uma estratégia de acompanhamento semanal e, assim, teremos uma noção da situação da comunidade em torno da escola”, comentou a supervisora Claudia Alves.
O setor de Endemias também esclareceu que algumas medidas são obrigatórias e vem sendo cumpridas à risca pelo poder público, como Avaliação de Densidade Larvária (ADL), que calcula a taxa de infestação do mosquito Aedes; monitoramento de áreas públicas de grande circulação e controle biológico e aplicação do veneno BTI, que elimina larvas de borrachudos.
Substituição do fumacê
Também é importante lembrar que, desde 2001, a aplicação de fumacê no combate à dengue foi restringida pela Secretaria de Saúde do Estado, pois o produto usado na ação tem baixa eficiência e não atinge os mosquitos que estão dentro de casa, além dos impactos ambientais.
O fumacê foi substituído pela nebulização, que é 90% eficaz. “A nebulização age diretamente no foco do mosquito, e não causa transtornos ao meio ambiente nem riscos à saúde das pessoas, apesar de também ser um produto tóxico”, explicou o coordenador de Endemias, Jorge Dantas.
“Independente de aplicação de produto, a população precisa estar comprometida com a eliminação dos criadouros do mosquito transmissor em suas residências não deixando vasilhas, pneus ou qualquer outro recipiente que possa juntar água. No verão faz mais calor e chove. Além de aumentar os locais com água parada, altas temperaturas aceleram a reprodução das larvas”, complementou.