A coordenadora de Saúde Única da SES-MS, doutora Danila Frias, destaca que este é o principal objetivo do projeto, levar assistência aos moradores. “Além da pesquisa, também estamos trabalhando a parte de atendimento de atenção primária, com atendimento médico, odontológico, vacinação. As pessoas que passam por atendimento médico fazem vários testes de triagem de uma diversidade de doenças, e falando na parte de pesquisa estão sendo feitas coletas de amostras ambientais, animais e humanas para realizar a vigilância genômica dos patógenos de toda a população ribeirinha, nesse primeiro trecho de residentes entre Ladário e Porto Murtinho”, afirmou.
Para o projeto, a Marinha do Brasil disponibilizou três navegações: o Navio de Assistência Hospitalar “Tenente Maximiano”, o Navio de Apoio Logístico Fluvial “Potengí” e o Navio de Transporte Fluvial Paraguassu. Para o comandante no Navio de Assistência Hospitalar, capitão-tenente Igor Luiz de Freitas Cobellas, o projeto visa aumentar a qualidade de vida dos ribeirinhos.
“Nós trabalhamos durante todo o ano atendendo as populações ribeirinhas, ao longo da calha do Rio Paraguai e Cuiabá e esse projeto visa recrudescer essa qualidade de vida deles. Isso tudo é para que a gente possa proporcionar a eles uma vida mais digna, melhores cuidados e essa parceria com a Secretaria de Estado de Saúde via Fiocruz vai fazer com que essas populações sejam melhor assistidas”, considerou.
O pesquisador da Fiocruz Minas e idealizador do Projeto NAVIO, Luiz Alcântara, destacou a importância do esforço da SES para conseguir apoio da Marinha do Brasil reforçando que o projeto amplia um trabalho que já é realizado pela Marinha do Brasil, que é prestar assistência à população ribeirinha.
“O que fizemos foi ampliar isso, dando a eles o suporte na assistência, aumentando o número de profissionais médicos e enfermeiros e acrescentando outros objetivos, montando dentro do navio, laboratórios de diagnósticos sorológicos para saber o que essas populações ribeirinhas já foram pré-expostas em relação a patógenos e também um laboratório de diagnósticos molecular para poder detectar o patógeno que está causando alguma doença ou outra. Adicionalmente também montamos um laboratório de vigilância genômica”.
Ele explicou o procedimento que está sendo feito nos atendimentos. “Todo indivíduo que for positivo para algum patógeno, seja ele vírus, bactéria, fungo terá a amostra sequenciada, ou seja, faremos um mapeamento genético desse patógeno e após ter o mapeamento e os dados epidemiológicos, demográficos e de alterações climáticas, vamos unir tudo para conseguir usar modelos epidemiológicos que nos permitam identificar quando esse patógeno entrou naquela região, se está tendo surto ou não e prever novos surtos. Vamos conseguir monitorar todo o caminho realizado por esse patógeno, através de uma vigilância que a gente chama de vigilância genômica”.
A secretária interina de Saúde de Porto Murtinho, Rita de Cássia Padilha, parabenizou a iniciativa e também o governador Eduardo Riedel “pelas parcerias realizadas em prol da saúde pública”. “Esse atendimento em parceria com a Marinha é muito importante para toda a população de Porto Murtinho, principalmente a ribeirinha. São ações extremamente importantes pois se as pessoas não vêm, a saúde vai até as pessoas”, disse.
A secretária-adjunta de Estado de Saúde, doutora Crhistinne Maymone, destacou a ‘grande aliança’ que une, além de SES, Fio Cruz e Marinha, outras instituições. “É uma grande aliança para que possamos levar uma vigilância em tempo real, bem como a assistência médica e odontológica para as comunidades ribeirinhas no rio Paraguai. Isso nos traz muita alegria, pois estamos aprimorando através da ciência e dessa força conjunta de tantos pesquisados, podendo levar ciência, saúde e melhores condições de vida para toda essa população”, afirmou.
O projeto que tem duração de 5 anos teve início neste mês na rota entre Ladário e Porto Murtinho. Já em fevereiro, o projeto chega a Cáceres, em Mato Grosso e a previsão é que em abril a rota chegue a Cuiabá, capital do estado vizinho. Em Porto Murtinho, os atendimentos serão realizados até a próxima segunda-feira (27).
O projeto também conta com o apoio da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), SES-MT, LACENs de MS, MT, MG e PR, universidades federais de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Ouro Preto, Universidades Estaduais do MS e de Feira de Santana da Bahia, Embrapa, OPAS-OMS, Ministério da Saúde, LOCCUS, Biomanguinhos, IBMP, prefeituras de Ladário, Corumbá e Porto Murtinho, Instituto Erasmus de Roterdan da Holanda, Coordenação Estadual de Imunização da SES/MS, com Ana Paula Rezende Goldfinger, além da Universidade de Stellenbosch da África do Sul e Universidade de Sidney da Austrália.
Joilson Francelino e Rodson Lima, Comunicação SES
Fotos: Rodson Lima/SES